Este livro de Arthur Conan Doyle conta a aventura de três homens. Cirus Headlei, Dr. Maracot e o Sr. Bill Scanlan, quando o desceram através de um “engenho submarino” (na época em que a história foi escrita não deviam existir submarinos) para fazer pesquisas subaquáticas. Então, miraculosamente, após um acidente em que sua engenhoca arrebentou o cabo, que os ligava ao navio, eles desceram a grandes profundidades e foram salvos da morte por um estranho povo que vivia sob o mar.
Um dos bons clássicos de aventura. Conan Doyle, da mesma forma que Julio Verne, mostra aqui toda sua criatividade. Para a época, uma aventura subaquática, como essa, era quase um milagre, uma verdadeira “ficção científica”.
Ficção científica à moda antiga
Se você está acostumado aos grandes filmes de Spielberg, em que todas as loucuras da ficção científica e biológica já parecem ter sido criadas, esse livro de Conan Doyle vai parecer livrinho para criança de doze anos. Entretanto, o livro contém mais do que ficção científica. É também um clássico do espiritualismo (Conan Doyle era espírita). Daí ser tão interessante, pois mistura ficção científica e espiritualismo.
Nessa história ele vai relatar como os habitantes da antiga Atlântida — continente perdido — construíram uma cidade sob o mar. E como os três aventureiros se encontram com esse povo!
Eu não considero um dos melhores trabalhos de Sir Conan, na minha opinião modesta. Eu ainda gosto mais de suas obras de mistério e dos contos de terror (mais ao estilo gótico e com mais suspense). Por outro lado, esse livro mostra com clareza o lado espiritualista desse grande autor britânico.
O confronto dos três personagens com o “Mal”, com o “Senhor do Torvo Semblante” (diabo) é prova incontestável do grande apreço do escritor pela doutrina espírita e da sua crença na reencarnação.
Enfim, é obra muito rara, pode ser garimpado em sebos, bem como, em último caso, em grandes bibliotecas públicas é possível encontrá-lo.