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Aves de Mau-Agouro: Mito ou Realidade?

Na História Antiga

Pássaros de mau agouro sempre habitaram o imaginário humano, simbolizando desde presságios sombrios até mensagens do além. Em culturas antigas como as do Egito, Grécia, Roma e dos celtas, algumas aves possuíam uma aura quase sagrada, porém, ligada ao infortúnio e à morte. Os egípcios, por exemplo, associavam o falcão a Hórus, deus da guerra e do céu, mas também o viam como o guardião das almas no pós-vida, um guia entre os vivos e os mortos. Os corvos, para os celtas, eram vistos como símbolos de sabedoria e destruição. Nas batalhas, o grito de corvos em meio ao sangue dos campos era um sinal de vitória e morte iminente, reforçando o corvo como arauto de transformações violentas.

Na cultura greco-romana, a presença de certos pássaros era um sinal de advertência. Para os gregos, por exemplo, as corujas, embora símbolo de sabedoria por sua associação com a deusa Atena, eram também vistas como portadoras de mensagens perturbadoras. Já os romanos, com sua tradição de augúrios, observavam aves de rapina para prever o futuro, mas consideravam a aparição de corvos ou gralhas à noite um mau presságio. Em seu comportamento silencioso e olhar penetrante, essas aves eram tidas como vigilantes do desconhecido, capazes de enxergar o que o olho humano não via.

Na Idade Média

Na Idade Média, a visão de um corvo ou uma coruja à noite poderia ser interpretada como um sinal de bruxaria ou presença demoníaca, e muitos acreditavam que essas aves, ao cruzarem o caminho de alguém, anunciavam uma morte próxima ou tempos difíceis. A superstição foi fortalecida pelo medo do sobrenatural, já que o corvo foi temido desde a antiguidade, por representar a morte e os demônios. Era comum também que aves de rapina fossem temidas, vistas como criaturas associadas a espíritos que rondavam os moribundos, aguardando o momento de lhes roubar a alma.

E no Brasil…

No Brasil, várias lendas populares perpetuam o medo dos “pássaros aziagos”. A coruja, em especial, é considerada um presságio de morte em muitas regiões. O urubu, com sua presença silenciosa e olhar penetrante, é visto como um vigilante do fim.. Muitas dessas lendas foram moldadas tanto pela herança cultural indígena quanto pelas influências africanas e europeias, e assim foi criada uma visão sincrética do papel dessas aves como mensageiras do além. Esses pássaros continuam a representar o mistério e o medo, simbolizando uma força da natureza que está sempre à espreita, revelando o que o coração humano teme enfrentar.

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