Os povos antigos viam os animais de estimação de maneiras bem diferentes das nossas. Na Mesopotâmia, como entre os babilônios, assírios e persas, cães eram valorizados, mas não exatamente como “pets” fofinhos. Os babilônios os usavam para caça e guarda, enquanto os assírios os associavam à proteção, às vezes até esculpindo cães em relevos de palácios. Gatos, por outro lado, aparecem menos nos registros, mas os persas já os admiravam por controlarem pragas, um sinal de respeito prático. Assim, esses animais tinham papéis úteis, mais do que afetivos.
Avançando no tempo, os hebreus da Bíblia tinham uma relação ambígua com cães. Eles são mencionados em passagens como em Êxodo e Reis, geralmente como animais de rua ou associados a algo impuro, como comer carniça – longe de serem bichinhos de colo! Gatos, curiosamente, não aparecem na Bíblia, talvez porque não fossem comuns na região ou não tivessem relevância cultural. Para os hebreus, animais “impuros” eram definidos por leis religiosas, mas os cães não eram exatamente proibidos, apenas malvistos. Isso reflete uma visão mais funcional do que sentimental.
No Egito Antigo, porém, os gatos eram reverenciados como divindades. Associados à deusa Bastet, símbolo de proteção e fertilidade, eles eram mimados, adornados com joias e até mumificados após a morte. Matar um gato, mesmo por acidente, podia levar à pena de morte! Os egípcios viam neles uma conexão espiritual, além de sua habilidade em caçar roedores, o que os tornava indispensáveis. Esse amor profundo contrasta com a utilidade prática vista em outras culturas.
Entre os gregos, a visão mudava novamente. Cães eram celebrados, especialmente os de caça, como os famosos molossos, e aparecem na mitologia – como Cérbero, o cão de três cabeças. Gatos, embora presentes, não tinham o mesmo status. Eram mais tolerados do que adorados, já que os gregos focavam em animais com funções claras, como cavalos ou cães de guarda. No entanto, poetas como Hesíodo mencionam laços afetivos com cães, sugerindo que o carinho começava a surgir. Era um equilíbrio entre utilidade e afeto.
Na Idade Média e Renascença, a percepção oscilou. Na Europa medieval, cães eram aliados na caça e na proteção de castelos, mas gatos sofreram com superstições, sendo ligados às vezes, à bruxaria. Já na Renascença, o status mudou: cães aparecem em retratos de nobres, sinal de lealdade e prestígio, enquanto gatos começaram a ser vistos como elegantes, especialmente entre artistas. Hoje, amamos os pets por sua companhia e laços emocionais, um reflexo de séculos de convivência. Além disso, estudos mostram que eles reduzem estresse e solidão, provando que essa conexão antiga evoluiu para algo profundamente humano.
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